Na passada semana decorreram as últimas contagens de aves necrófagas do período Primavera/Verão de 2012, no âmbito do projecto. Apesar das altas temperaturas sentidas e do menor número de aves registado, derivado da altura do ano, que coincidiu com o fim da época reprodutora e o início da migração de Outono, registámos a observação de algumas espécies bastante relevantes para a área do projecto.
Mais uma vez, foi em Moura-Mourão-Barrancos onde se registou o maior número de aves. No que respeita ao abutre-preto (
Aegypius monachus), observaram-se 5 indivíduos em Moura-Mourão-Barrancos e 2 no Parque Natural do Vale do Guadiana.
À semelhança do que se verificara nas contagens anteriores, o grifo (
Gyps fulvus) continua a ser a espécie mais abundante, com um registo de 80-100 exemplares no Parque Natural do Vale do Guadiana e 300-400 em Moura-Mourão-Barrancos.
Além destas espécies, foram observadas águias-calçadas (
Hieraaetus pennatus), águias-d´asa-redonda (
Buteo buteo), águias-cobreiras (
Circaetus gallicus), milhafres-pretos (
Milvus migrans), 1 milhafre-real (
Milvus milvus) e 1 águia-real (
Aquila chrysaetos).
Nestas contagens destacamos ainda o registo de 1 águia-imperial (
Aquila adalberti) jovem e 1 grifo de Rüppell (
Gyps rueppellii)* no Parque Natural do Vale do Guadiana, bem como de 1 abutre do Egipto (
Neophron percnopterus) subadulto em Moura-Mourão-Barrancos.
A equipa do projecto LIFE Habitat Lince Abutre agradece aos 15 voluntários que participaram nas contagens de Primavera/Verão deste ano, pela agradável companhia e preciosa ajuda e interesse demonstrados ao longo destes meses. Fica também o nosso especial agradecimento ao Sérgio, Nélia, Vera e Tiago, que nos ajudaram a assegurar esta última contagem.
Em breve dar-vos-emos notícias sobre as contagens do próximo Outono/Inverno.
Fiquem atentos!
* Espécie que se assemelha a um grifo, embora um pouco mais pequeno e distinguindo-se pela plumagem salpicada de orlas brancas ou beges. Ocorre na região africana do Sahel (entre o deserto do Saara e as terras mais férteis a sul, que forma um corredor quase ininterrupto do Atlântico ao Mar Vermelho). Em Portugal é um visitante ocasional. Outrora abundante, esta espécie sofreu um rápido declínio na maioria da sua área de distribuição, encontrando-se actualmente classificada como Em Perigo a nível global pela UICN.