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Decorreu em São Brás de Alportel – workshop ‘Gestão da Paisagem Mediterrânica’
7 agosto 2014


No dia 24 de Julho o projecto LIFE Habitat Lince Abutre promoveu em São Brás de Alportel um encontro para apresentação e debate do tema ‘Gestão Sustentável da Paisagem Mediterrânica’, através do qual se deram a conhecer algumas medidas de boas práticas agroflorestais para uma gestão sustentável da paisagem Mediterrânica, oportunidades e mecanismos de apoio, usufruindo da experiência de entidades e técnicos com responsabilidade nas áreas florestal, agrícola, cinegética, ambiental e desenvolvimento local.

A iniciativa, destinada a agentes locais e regionais dos sectores ligados à exploração e conservação dos valores da paisagem mediterrânica, reuniu 30 participantes, incluindo representantes de sete clubes de caça locais, associações de proprietários florestais, gabinetes técnicos florestais das autarquias, CCDR - Algarve, ICNF e QUERCUS.
 


‘Serra do Caldeirão – valores da paisagem e da biodiversidade’

Dadas as boas-vindas pela Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, Rita Martins, técnica da LPN no projecto, explicou o âmbito desta iniciativa, falando da importância dos valores naturais da Serra do Caldeirão e realçando a necessidade de conciliação da preservação deste património singular com as práticas económicas locais, através de uma gestão sustentável da paisagem.
 


Deu-se assim início a um bloco de apresentações de medidas de boas práticas para a gestão da caça menor e da floresta, actividades de significativa relevância cultural e económica na região da Serra do Caldeirão.


‘Exemplos de Boas Práticas para promoção de Caça Menor’

Foram focadas duas das espécies mais apreciadas ao nível nacional, e importantes espécies presa da paisagem mediterrânica - o coelho-bravo e a perdiz-vermelha.
Usufruindo da sua experiência no âmbito do Programa Lince, a LPN apresentou um conjunto de medidas e recomendações para a promoção das populações locais do coelho-bravo por gestão do habitat, focando aspectos da disponibilização de refúgio e alimentação suplementar. Seguidamente, João Carvalho, responsável pela coordenação da equipa técnica da ANPC no projecto, deu a conhecer várias medidas de boas práticas para a gestão e exploração da perdiz-vermelha, bem como os mecanismos de apoio que existem disponíveis para a implementação de medidas para a gestão e fomento da caça menor em Portugal.
 
 


‘Boas Práticas na Gestão Florestal e Mecanismos de Apoio’

Nuno Calado, da UNAC – União da Floresta Mediterrânica, apresentou recomendações para uma gestão florestal sustentável (controlo de matos e de danos, regeneração natural, fertilidade do solo, entre outros), focando o sobreiro - um dos maiores valores da paisagem mediterrânica da Serra do Caldeirão, pela sua importância ecológica e económica, enquanto produtor de cortiça. Seguiu-se uma explicação detalhada dos mecanismos de apoio actualmente disponíveis para estas práticas (ex. pagamentos Rede Natura, Apoio à Manutenção de Sistemas Agro-Silvo-Pastoris de Montado, Silvoambientais, Protecção e Reabilitação de Povoamentos Florestais).
 


‘A experiência da APFSC na Gestão do Sobreiral na Serra do Caldeirão’

Sendo o sector florestal a principal actividade económica da Serra do Caldeirão, Pedro Jesus da APFSC falou-nos da experiência desta associação de produtores florestais local na gestão do sobreiral – a paisagem florestal dominante nesta serra (representando um terço da área florestada), focando os vários projectos em que têm participado e os tipos de intervenções praticadas.
 


Terminadas as apresentações, seguiu-se um espaço de debate e partilha de conhecimentos, experiências e preocupações com os vários participantes, juntando-se ao painel de oradores Ana Arsénio, da associação de desenvolvimento local IN LOCO.
Para além de alguns aspectos relacionados com a melhoria da eficácia das estruturas destinadas à promoção do coelho-bravo, foi largamente discutida a dificuldade de tornar a gestão da paisagem mediterrânica economicamente sustentável no contexto da Serra do Caldeirão, por exemplo, através da conciliação de diferentes actividades económicas locais, como a silvicultura, a caça, a agricultura e a apicultura, devido à dimensão média da propriedade nesta região serrana do Algarve, que ronda os cerca de 0,5ha, tendo sido feitas e debatidas algumas sugestões para minimização desta dificuldade.

 


O projecto LIFE Habitat Lince Abutre manifesta o seu sincero agradecimento à Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, anfitriã desta iniciativa, pela cedência de uma sala, bem como à Câmara Municipal de São Brás de Alportel pelo apoio na divulgação deste workshop.