Acções de educação ambiental, sensibilização e divulgação
Participação Pública
Promoção da Rede Natura 2000
Acções de educação ambiental, sensibilização e divulgação
Workshop “Ninhos artificiais na conservação do abutre-preto e outras rapinas arborícolas”
Organizado pelo CEAI e LPN no âmbito do projecto, este workshop técnico decorreu nos dias 20 e 21 de Outubro de 2010 e teve a participação de cerca de 30 pessoas, em representação de diversas entidades e projectos, tanto portugueses como espanhóis.
O primeiro dia foi dedicado à apresentação de 8 comunicações sobre o tema em questão, por parte de alguns dos especialistas presentes, seguidas de períodos de discussão. O segundo dia do workshop foi dedicado à parte prática, que consistiu na instalação de um ninho artificial para abutre-preto nas proximidades da Estação Biológica do Garducho, para demonstração das técnicas e materiais utilizados na construção deste tipo de estruturas. A plataforma ninho utilizada foi gentilmente fornecida pela Consejería de Medio Ambiente da Junta de Andalucía, consistindo em três colunas de ferro ajustáveis, que formam a base que suporta a estrutura do ninho, e um cesto metálico que recebe o ninho propriamente dito. As colunas de ferro formam uma haste que é fixada ao solo por meio de espigões metálicos e fica paralela ao tronco da árvore, suportando o cesto que fica à altura do topo da copa da árvore. A instalação da estrutura requer um técnico com formação e material para escalada e fica concluída com a introdução de material vegetal, incluindo galhos, paus e ramos de arbustos que formam a base do ninho. Esta plataforma ninho permanecerá instalada no local para fins de educação ambiental (visitas de estudo com escolas locais) e demonstração.
Com este workshop foi possível efectuar uma interessante troca de experiências e adquirir os conhecimentos necessários à boa execução da acção de conservação ‘Construção de ninhos artificiais para o abutre-preto’.
O
livro de resumos do workshop e as
comunicações apresentadas estão disponíveis em ‘Documentação’.
Monitorização da mudança de atitudes em relação à conservação do Lince-ibérico, do Abutre-Preto e do ecossistema mediterrânico
Esta acção tem como objectivo avaliar alterações ao longo do tempo nas atitudes e expectativas das comunidades locais das três áreas de actuação do projecto relativamente à protecção das duas espécies e à gestão do seu habitat. A avaliação ocorre através de dois inquéritos distintos – aos residentes em geral e a grupos de interesse específicos – em dois momentos diferentes da execução do projecto – no primeiro ano (FASE I) e no último ano (FASE II).
Os dois inquéritos da FASE I tiveram lugar entre Agosto e Dezembro de 2010. O inquérito às populações, de aplicação face-a-face, foi feito a uma amostra representativa dos residentes das 3 zonas de actuação do projecto (451 entrevistas válidas). O inquérito específico foi aplicado a 107 proprietários, gestores cinegéticos e caçadores com actividade agrícola e/ou cinegética nas áreas de actuação do projecto.
Os dois inquéritos apresentam resultados bastante convergentes. Destacam-se, assim, um conjunto de posições com consenso relativamente alargado:
1. O contexto legislativo que enquadra esta protecção é valorizado: há expressão de elevado acordo com a existência de zonas protegidas e fraca intenção de protestar contra as mesmas.
2. Cerca de metade dos residentes ainda não ouviu falar do lince-ibérico ou do abutre-preto, principalmente em áreas onde não tem havido intervenção relacionada com estas espécies.
3. As populações locais que os conhecem mostram-se maioritariamente a favor da protecção do lince ibérico e do abutre-preto – cerca de 60% concordam que é importante apoiar a sua protecção.
4. Consideram uma obrigação do país a protecção do lince e do abutre e apoiam práticas de gestão das propriedades que o favoreçam (por exemplo, evitar perturbações em época de acasalamento da espécie).
5. Motivos importantes para apoiar a sua protecção residem em o lince e o abutre serem percepcionados como típicos da região e úteis.
O inquérito a proprietários, gestores cinegéticos e caçadores mostrou ainda que estes conhecem melhor as espécies e os seus hábitos do que as populações locais.
Em geral, os resultados destes inquéritos sugerem que as intervenções devem ser orientadas para dar mais visibilidade às espécies, nomeadamente os seus laços históricos com a região, mais informação sobre os seus hábitos, e criar oportunidades de partilha de conhecimentos e de empenho pessoal na sua protecção.